Aconteceu no dia de hoje, 4 de setembro, no Hospital Padre Albino, captação de múltiplos órgãos: coração, fígado, rins, córneas e ossos que seguiram para São Paulo, São José do Rio Preto e Marília. Uma das equipes de captação é do Incor de São Paulo (Instituto do Coração), considerada a equipe que mais capta corações no Brasil, com média de 50 por ano. Membro da equipe, o médico transplantador de corações, Dr. Ronaldo Honorato Barros Santos, com 20 anos de atuação na área, já captou cerca de 600 corações.
“Cada órgão captado é uma vida salva e contamos com o apoio de toda a equipe do hospital e também da Força Aérea Brasileira para realizar este trabalho com sucesso, já que o tempo de isquemia do coração é de apenas 4 horas”, apontou o médico ao mencionar que as captações caíram cerca de 40% por conta do coronavírus. “Esta é a 31ª captação que realizamos este ano, a 21ª desde o início da pandemia”, ressaltou.
Participaram do procedimento a equipe do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HC-FAMEMA) e do Hospital de Base (HB) de Rio Preto. O médico transplantador de fígado do HB, Dr. Giuliano Bento, atuante na área há 16 anos, já efetuou cerca de 900 transplantes do órgão. “Nossa equipe não tem hora, precisamos estar sempre prontos, mas é uma satisfação muito grande de poder devolver os pacientes transplantados para as famílias”, pontuou.
O doador, de 19 anos, que deu entrada no Hospital Padre Albino no dia 30 de agosto, recebeu diagnóstico de morte encefálica no dia 3 de setembro e teve a doação dos órgãos autorizada pela família. Os órgãos sólidos beneficiarão até 6 pessoas, enquanto tecidos e ossos serão utilizados em inúmeros procedimentos de reconstrução.
Os profissionais ressaltaram o altruísmo da família com a decisão. “É uma ação de muita coragem e bondade dos familiares no momento mais difícil de suas vidas; eles precisam passar por cima da dor de perder alguém que tinha uma vida inteira pela frente, abrir o coração e salvar quem espera na fila da morte”, agradeceram os profissionais.