Fundação Padre Albino
Falece Irmã Anália Nunes
Mauro Assi
sexta, 11 de setembro, 2020

Fundação Padre Albino perde uma de suas mais antigas e valorosas funcionárias

 

       A Fundação Padre Albino perdeu uma de suas mais antigas e valorosas funcionárias, que dedicou a vida para cuidar dos idosos, inicialmente no Lar dos Velhos e depois no Recanto Monsenhor Albino. Irmã Anália Nunes faleceu neste dia 10 de setembro, às 13h15, no Hospital Padre Albino, onde estava internada. As causas da morte, de acordo com o atestado de óbito, assinado pelo Dr. Ricardo Delduque, foram choque séptico, pneumonia, insuficiência vascular periférica, fibrose pulmonar e esclerodermia.

       Irmã Anália Nunes nasceu em 17 de julho de 1.936 na cidade de Ipiranga, Bahia, sexta de 14 filhos do casal José Nunes e Hercília Maria Nunes, ambos falecidos. Sua família veio da Bahia para São Paulo em 1944 e se estabeleceu na zona rural da região de Barretos, onde ela cursou o Ensino Fundamental.

       Em 1960 entrou para o convento e em 1964, após o Noviciado, professou os votos temporários (votos religiosos). Trabalhou por dois anos (1964-1966) no Lar Santa Terezinha, em Araxá/MG, que abrigava crianças órfãs carentes, o mesmo trabalho desenvolvido no Lar Nossa Senhora das Mercês, em Araraquara/SP, onde ficou por um ano. Em 1.967 fez o curso de Auxiliar de Enfermagem, em Araraquara, concluído em 1.969. Nesse mesmo ano professou seus votos religiosos (perpétuos) e foi transferida para Catanduva, para o Hospital Padre Albino, onde trabalhou como Supervisora de Enfermagem, pois naquela ocasião não havia Enfermagem Padrão no hospital, exercendo o cargo por 18 anos. De 1.982 a 1.987 trabalhou no Hospital Padre Albino e no Lar dos Velhos, assumindo a coordenação definitiva deste último a partir de 1987. Em 1.996 auxiliou na organização do Recanto Monsenhor Albino e em dezembro de 1.996, após a inauguração, assumiu também a supervisão geral da unidade.

      Por sua dedicação ao próximo, principalmente aos idosos, Irmã Anália recebeu os troféus Destaque do Ano 2000, da Cocam, Honra Comunitária, do Grupo de Poesia Guilherme de Almeida, e o Troféu Monsenhor Albino, da Fundação Padre Albino, em 2003. Homenagem afetiva foi feita a ela em outubro de 2018 com a inauguração do “Espaço de Atividades físicas Irmã Anália Nunes” no Recanto Monsenhor Albino.

 

Missa de corpo presente

 

       Missa de corpo presente foi celebrada às 8h00 desta sexta-feira (11) na capela do Hospital Padre Albino celebrada pelo Pe. Vicente Bortolato e concelebrada pelos padres Osvaldo de Oliveira Rosa, Marcelo Eduardo Bonifácio, Jonas Pimentel e Claudinei de Freitas.

       Respeitando as recomendações dos órgãos de saúde participaram da celebração apenas cinco familiares da Irmã Anália Nunes, Irmã Leonice, representando a madre provincial das Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição, Irmã Maria Eunice Vilela, o presidente do Conselho de Administração da Fundação, Dr. José Carlos Rodrigues Amarante, a diretora de Saúde e Assistência Social, Renata Rocha Bugatti e Irmã Maria do Rosário Gomes.

       Na homilia, Pe. Vicente lembrou que Irmã Anália sempre estava disponível, pronta para atender as pessoas necessitadas. Destacou a caridade, o carinho e amor com que tratava a todos.

       Dr. José Carlos Rodrigues Amarante disse que “gestos e atitudes dizem mais do que mil palavras e dessa forma Irmã Anália sempre nos disse muito. Foi além dos ensinamentos de Cristo e amou mais o seu semelhante do que a si própria. Não mediu esforços para servir”. Ressaltou que ela “recebeu por legado de seu mentor Padre Albino a incumbência de cuidar dos seus velhinhos e o fez com toda devoção porque era religiosa por vocação, enfermeira por profissão e caridosa por devoção”.

       Destacou que “mesmo nos momentos mais difíceis financeiramente para a Fundação Padre Albino, nunca deixou de procurar a alta direção, intercedendo por melhorias no Recanto em favor de seus assistidos”. Dr. Amarante salientou que curiosamente setembro foi um mês que marcou a vida de Padre Albino. “Mês de nascimento e morte. Talvez tenha sido também uma mãozinha dele para que Irmã Anália fosse ao seu encontro neste mês para nos lembrar que ela foi uma serva boa e fiel e que está por merecer a coroa dos justos”.

       Finalizou dizendo que “a Fundação Padre Albino lhe presta neste momento suas últimas homenagens e declara sua eterna gratidão por uma vida inteira de dedicação incondicional. De onde quer que esteja – e temos tudo para acreditar que está nos braços de Deus, ao lado de Padre Albino, pedimos que nos ajude a continuar cuidando de seus velhinhos com o mesmo amor e carinho que a senhora sempre cuidou”.

       Irmã Maria do Rosário Gomes lembrou a caminhada de Irmã Anália desde seu nascimento até a chegada a Catanduva. “Irmã Anália foi sempre uma mulher de muita coragem e audácia. Amava a vida! Era alegre, disposta e fraterna. Sabia cultivar amizades. Amava muito a Congregação, seus amigos e familiares; por isso foi amada e querida por todos. Agora, vive na eternidade e lembra, para cada um de nós, a oração de Francisco de Assis: “Meu Deus e meu tudo”.

       Lembrou que Irmã Anália conheceu Padre Albino. “Quando Irmã jovem, trabalhando no hospital, foi incumbida de servi-lo, prover suas necessidades pessoais e, com isso, foi testemunha ocular de sua pobreza extrema, doação aos pobres, andarilhos, doentes. Guardou essa lembrança como ‘relíquia’ do Monsenhor, graça esta que norteou sua caminhada religiosa e missão”.

       Por fim, agradeceu. “Irmã Anália, nós lhe agradecemos por seu testemunho de amor e de fidelidade ao Senhor, no seguimento de Jesus, colaborando na realização do Projeto de Deus para a edificação do seu Reino. Somos gratas, nós, Irmãs da Congregação, os familiares, os amigos/as e todas as pessoas que conheceram nossa querida Irmã Anália por todo o bem que realizou neste mundo, bem como pelas suas relações de Comunhão e Unidade, sendo um sinal do amor de Deus para todos nós”.

       O corpo de Irmã Anália foi velado na capela até às 11h30, de onde seguiu para Araraquara, onde foi sepultado, às 13h30, no mausoléu da Congregação.