“Toda visita é diferente; nunca saímos os mesmos do hospital”. (Foto: Arquivo Pessoal)
O silêncio habitual dos corredores do Hospital Padre Albino é quebrado pelo som de apitos, buzinas, brincadeiras e muita gargalhada. É assim que há 25 anos o grupo de voluntários Dr. Sara & Cura chega ao hospital todo final de semana para levar alegria e leveza às crianças internadas nos setores de pediatria, tratamento de queimados e pronto atendimento.
O grupo, que completou 25 anos no dia 12 de março, foi criado em 1998 e é mantido até hoje pelos Rotarys Clubes de Catanduva, com o objetivo de proporcionar momentos de alegria e descontração às crianças internadas, como forma, inclusive, de contribuir no processo de recuperação. “Temos empresários, professores, policiais civis, aposentados, entre outros, todos unidos para fazer o melhor trabalho, que é divertir as crianças internadas”, disse Ricardo Baptista de Oliveira, conhecido pelas crianças como o ‘Dr. Maffolldo’, corretor de seguros e coordenador do Dr. Sara & Cura há 18 anos.
Empresários, professores, policiais civis, aposentados... todos unidos para fazer o melhor trabalho.
Pioneiro ao conjugar 'clowns' e 'contadores de histórias', o ‘Dr. Sara & Cura’ ganhou notoriedade por levar alegria às pediatrias dos hospitais e exportou a ideia para as cidades de Olímpia, Barretos e até Caraz, no Peru. Atualmente o projeto conta com 14 integrantes que se dividem em dois grupos para as visitas. “As nossas visitas acontecem aos sábados e domingos, sempre respeitando os protocolos de higienização e segurança do hospital”, salienta Ricardo, que calcula média anual de 600 crianças atendidas com o projeto. “Toda visita é diferente; nunca saímos os mesmos do hospital. Certa vez, na ala de para tratamento de queimados, uma mãe pediu para tirar foto com sua filha. Me posicionei ao lado da cama e a criança me deu um abraço tão forte que pude ali sentir que nosso trabalho valia a pena... uma lembrança boa”, relatou Ricardo, emocionado. Para ele, o voluntariado não tem preço.
Atuando em ambiente hospitalar, o corretor conta que durante os 25 anos de trabalho muitas adversidades ocorreram e que a criatividade garantiu a continuidade do projeto. “Passamos por alguns surtos de saúde pública e ficamos muito preocupados, o que nos fez parar com as visitas para preservar a saúde, tanto das crianças quanto dos nossos voluntários. No final de 2010 passamos pelo surto da H1N1 e, mais recente, a pandemia de Covid-19. Ficamos sem atividades por mais de um ano. Foi aí que tive a ideia de gravar vídeos com músicas e brincadeiras em pen-drives e as crianças assistiam pela TV do hospital. Foi um sucesso, pois elas amaram”, relata.
Em nome de todos os voluntários que já passaram pelo grupo, Ricardo agradece. “Só tenho a agradecer e lembrar de todos que doaram e doam seu tempo em favor da felicidade do outro nesses 25 anos de ‘Dr. Sara & Cura’. Também não posso deixar de mencionar a parceria com a Fundação Padre Albino, que sempre nos acolhe com a maior atenção”, exalta.